O conveniente silêncio pastoral
Existem momentos em que não podemos ficar calados ou em silêncio conivente , quando nos defrontamos com acontecimentos que ferem profundamente nossas convicções , nossas crenças , nossa fé. Tenho claro dentro de mim os ensinamentos deixados e testemunhados por Jesus Cristo. Estes ensinamentos estão contidos na Bíblia , que serve de guia para os “cristãos”. Não apenas como guia moral ou espiritual , mas principalmente como guia de vida , um verdadeiro guia de sobrevivência.
Em todo o período em que Jesus tornou a sua vida particular e em vida pública ( período de 3 anos e meio ) , quando realizou uma peregrinação através da Palestina , exercendo as atividades de ensino , pastorado , intercessão , comunhão e principalmente de exortação , apenas uma vez Ele teve uma atitude que se caracterizou pela violência. Com um chicote ( acoite ) na mão , Ele pôs para correr homens que usavam o Templo como local de negociatas. Muito sugestiva esta atitude até para os nossos dias.
Jesus vinha com suas mãos e seu coração totalmente desarmadas. Carregava consigo apenas um grande e incondicional Amor , por todos aqueles que se aproximavam Dele. Desencorajava a todos os que o rodeavam de utilizar qualquer forma de violência. Sua arma : O Amor. Seu escudo: O Espirito de Deus.
No seu ensinamento transbordava as atitudes da cultura da não-violência. Porém o que estamos vendo hoje em dia. Vemos que pessoas infelizmente estão se utilizando de fragmentos parciais destes ensinamentos ( para justificar seus próprios interesses ) e legitimando ações totalmente contrárias a fé cristã. É um somatório de desconhecimento , desfaçatez e má fé.
Os interesses próprios não devem ser maiores que os interesses de toda uma comunidade , de todo um povo , de toda uma Nação. Homens públicos devem honrar , o verdadeiro sentido do cargo que ocupam , quer sejam eles : políticos , eclesiásticos , jurídicos. É isto que nós o Povo esperamos.