Ser pequeno , para ser grande
É tema recorrente em nossas igrejas as pregações que nos levam acreditar que somos “grandes , fortes , poderosos” , tudo isto com o claro objetivo de “mexer” com o nosso interior adormecido , cheio daquele velho sentimento de baixa auto-estima. É muito valido , porém trata-se mais de sessões de terapia psicológica , do que pregação da Palavra de Deus. É compreensível esta linha de abordagem , pois o mundo que vivemos está doente mental , espiritual e fisicamente , e o tratamento mais próximo e acessível que se apresenta está dentro das igrejas , afinal as portas estão abertas a receber a todos aqueles se dispõem a adentrar estas portas e receber “palavras” que atenuem o sofrimento , desilusão e depressão.
O que não podemos é nos tornar reféns de estratégias para alcançar todos os que necessitam de apoio , conforto , alívio e suporte. A compaixão , hoje designada como “empatia” , ainda é a melhor forma de alcançar os que buscam apoio no momento do desespero. Jesus exercia esta compaixão de forma intensa e total. Se colocando mental e fisicamente no lugar do próximo , avaliando com precisão o que ia no íntimo , no interior da alma de quem se achegava a Ele . A expressão máxima desta compaixão deu-se quando entregou sua vida a todos , sem exceção.
Quando exercemos a compaixão pelo próximo , nos colocamos no mesmo nível de quem precisa , tiramos qualquer barreira existente e nos colocamos como servos a disposição , prontos a intervir , corrigir , ajudar ou simplesmente ouvir como se fossemos íntimos. Todo processo se inicia com acolhimento amoroso e receptivo , pois estamos semeando em terra até este momento desconhecida , não temos a principio uma ideia de resultados. O resultado irá depender inicialmente do cuidado e atenção que vem da compaixão dispensada.
Todo o ministério de Jesus foi centrado na sua atitude de “Servir”. Ele veio até nós para nos resgatar sendo “Servo”. O menor , o mais desprezado e menos importante. Aquele que estava abaixo de todo aquela sociedade “forte , poderosa , imponente , hipócrita e arrogante”. O profeta João Batista aquele que veio a frente de Jesus , para apregoar a sua vinda disse aos seus seguidores : ” Convém que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3:30 ) . João tinha a consciência plena do processo de servir o próximo em prol da construção do Reino , ser apenas uma pequena peça desta construção maior.
Não somos nada por nós mesmos , por nossas forças. Se não aprendermos com o próprio Jesus a sermos “pequenos servos” em ação em prol da construção do Reino , estaremos apenas enganando a nós mesmos.