O arrebatamento de “camarote”
O “ser humano ” na sua incansável busca das facilidades, embora isto possa parecer algo incongruente e estranho , está sempre correndo para ter comodidades , em algum momento desta nossa curta existência. É como correr várias maratonas em sequencia para posteriormente , descansar de forma sossegada e pacifica. Podemos fazer um paralelo com a Graça recebida apenas pela vontade e permissão de Deus. Voltamos toda nossa vontade e desejos na tentativa de agradar a Deus e receber apenas um toque que nos faça sentir salvos e seguros em um mundo tenebroso. Na verdade nada que possamos fazer irá nos dar este resultado. Porém o gracioso Senhor nos dá por liberalidade o presente que tanto esperamos. Nos sentimos perfeitamente seguros por obtermos o “favor imerecido“. É neste momento que muitas vezes se inicia o triste processo do “Acomodamento na Graça”. A falsa sensação de segurança invade o nosso mais profundo interior , querendo nos mostrar novos caminhos mais livres e tranquilos , com poucas curvas e subidas , todo plano , florido e intensamente iluminado. Passamos a ter o desejo de estar confortavelmente relaxados no “sofá da sala” , assistindo de camarote ao mundo se desintegrar a nossa volta.
Em um segundo momento , já que estamos confortáveis , passamos analisar e nos esforçar em buscar um acomodamento das “leis divinas” a nossa atual realidade mundana , ou seja buscar uma adaptação que apenas nos favoreça , a busca pela continuidade do acomodamento , aquela mesma busca “incansável”. Apesar de parecer que se está buscando um nível apenas espiritual , estamos apenas mascarando nossos desejos e colocando nosso “ego” acima da vontade de Deus. É o confuso conceito adotado em nossos tempos da supervalorização do intelecto humano. Fomos dotados de forma especial por Deus no ato da criação , pela capacidade de raciocínio e aprendizado que se desenvolveu de forma impressionante com o passar dos séculos. E esta mesma capacidade dada de forma “graciosa” está nos afastando da essência mais simples e pura do Amor incondicional de Deus.
Ao nos afastarmos desta pura e simples essência , deixamos de lado um princípio básico no relacionamento íntimo com Deus. Esquecemos do princípio do “Respeito e Temor” àquele que nos deu em forma de presente a nossa Salvação. Ele nos quer como amigos? Quer sim. Porém para termos relacionamento amoroso , real e verdadeiro , o respeito e o temor pelo nosso Senhor e Salvador é ponto inicial desta relação. O Amor não se cultiva de forma relapsa e relaxada , e sim com cuidado e atenção.
Pensamos assim , ficar na “rede é bom”. Pode ser. Porém não para nós que temos o conhecimento da palavra de Deus. Nós que estamos vendo o tempo passar e mostrar de forma inequívoca que o “fim dos tempos” está a nossa porta , literalmente batendo a nossa porta : ” Eis que estou a porta e bato : se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta . entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” ( Ap. 3:20 ) . Este pequeno versículo , fala conosco a Igreja do Senhor , àqueles que são conhecedores da Palavra , que desejam intima comunhão com o Senhor , intimidade que nos dá a liberdade de sentarmos a mesa com Ele , de olharmos para Jesus e nos sentirmos verdadeiramente seguros. No versículo 22 logo na sequencia o texto nos adverte: ” Quem tem ouvidos , ouça o que o Espirito diz as Igrejas”