sexta-feira, outubro 18, 2024

Criando uma alternativa de opinião para os acontecimentos atuais sob um ponto de vista cristão atemporal

Cotidiano

Para debaixo do tapete

O título do post , o sentido da expressão , o ato em si , não representam nenhuma novidade. E esta é a pior constatação de todas. Pois lidamos com esta triste realidade a dezenas de anos ( no meu caso desde que nasci ). A expressão “varrer para debaixo do tapete” me acompanha desde que eu possa me lembrar , e olha que minha memória é excelente.

Vamos vivenciando situações das mais diversas , pesadas , difíceis , descabidas , vergonhosas , imorais e inaceitáveis e de repente como num passe de mágica , estão todas “debaixo do tapete”. Uma boa parcela das situações tem este destino , porque a nossa sociedade se tornou numa verdadeira “fábrica” de acontecimentos ruins. A cada manhã uma nova crise surge , e nos torna cada vez mais insensíveis e incapazes de “ler” a gravidade do que está nos acontecendo. Estamos ficando “amortecidos” ou pior “adormecidos” frente ao tamanho da onda que vem em nossa direção. Preferimos virar o nosso olhar em outra direção , tentando enganar o nosso cérebro.

O processo de pôr fatos e acontecimentos longe de nossa linha de visão e entendimento , faz parte da essência do ser humano. Possuímos esta característica , portanto quando vemos pessoas em cargos ou funções de relevância agindo desta maneira , não podemos estranhar ou nos indignar. Estas pessoas apenas refletem a sociedade , o que somos , como fazemos e agimos. Eles são a extensão e o reflexo da nossa triste realidade.

Os 3 maiores motivos que nos levam a agir desta maneira , são: Esconder para não justificar ; Esconder para não assumir a responsabilidade e Esconder para apresentar uma falsa verdade ( mentira ). A pressão que antecede a obrigação de justificar um ato falho , moral ou profissional , um erro de avaliação ou conduta , é um verdadeiro convite para se esconder o problema , é o caminho mais curto para aliviar a pressão. Na sequencia da justificativa , temos a responsabilidade a ser assumida pelo problema criado. Justificação e responsabilidade correm juntos no mesmo sentido , fazem parte da mesma “mochila nas costas”. E aí entra o terceiro e definitivo motivo para a utilização da vassoura. Como não há justificação e responsabilidade assumida , cria-se um “fato novo” , uma “nova versão” , mais suave ou mais dura , mais simples ou mais complicada , enfim o que vai definir a estratégia é o tamanho do problema. Porém o sentido será o mesmo , será o de esconder a verdade. Sepultar o problema.

Ficamos a nos perguntar. Quando teremos e viveremos em tempos em que a nossa sociedade terá maturidade para lidar e enfrentar com coragem e transparência seus problemas , desprovidos de sentimentalismos , emoções , partidarismos , interesses pessoais ou econômicos , corporativismo de classes , ambições egocentrísticas. A busca por uma consciência social e de comunidade talvez seja apenas um desejo utópico a ser perseguido. Porém apesar de utópico ou idealista , já tivemos em nossa história muitos e verdadeiros líderes que assim agiram e que conseguiram “enxergar” e “viver” com pureza de alma e de coração , desprovidos do “eu” e cheios do “nós”.

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