Brasil – Um país abaixo da linha da pobreza
OS FATOS
Enquanto as discussões e mobilizações políticas giram em torno de qual será a nova fórmula mágica ( ou o mágico da vez ) que irá livrar os nossos governantes e parlamentares , das quase diárias acusações de corrupção , desvios de verba , roubos ao erário público , que surgem em todos os níveis de administração , quer seja ela municipal , estadual ou federal , os resultados da nefasta e caótica administração a que estamos submetidos , aparecem através da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2017 – SIS 2017 , divulgada pelo IBGE ( 15/12/2017 ) . Devemos ter a consciência que este resultado é fruto de um continuado e crônico modelo de governo , que mantém os privilégios para uma pequena camada da população , e distribui sob forma de migalha algumas benesses destinadas a manutenção do poder político. Esta fórmula de governo vem sendo repetida , com mínimas alterações , pelos partidos políticos ( e ou grupos políticos ) que estão no poder nos últimos 60 anos. Porém estas notícias não tem por parte dos meios de comunicação a enfase que deveria ter.
A PESQUISA
A pesquisa do IBGE mostra um país a beira do caos existencial , pois aponta que 25,4% da população brasileira ( em números 50 milhões de habitantes ) vivem na linha da pobreza ( renda familiar de R$ 387,07 mensais ou $ 5,50 por dia ) segundo parâmetro adotado pelo Banco Mundial para definição da pobreza. Os números também mostram que a região Nordeste tem o maior contingente populacional nesta condição , com 43,5% de seus habitantes sobrevivendo desta forma. Se já não bastasse os números anteriores , a face mais cruel dos números se dá quando apontam para as crianças na faixa de 0 a 14 anos , onde 42% delas estão vivendo dentro desta faixa. São números alarmantes , e que deveriam estar no centro da preocupação dos nossos administradores , pois todos os desdobramentos posteriores para a vida desta imensa massa populacional , será sentida pela própria nação , no comprometimento do desenvolvimento físico , intelectual , profissional. A mesma pesquisa aponta os problemas da imensa desigualdade na distribuição de renda , os efeitos na escolaridade , a prematura inserção no mercado de trabalho de pessoas que nunca alcançarão uma melhoria na sua qualificação educacional. Segundo a pesquisa houve um aumento percentual nos jovens que não estudam e não trabalham , este percentual corresponde 25,8%. Sabemos que toda estratégia de combate a situações de risco são traçadas a partir da informação. O governo tem em suas mãos os dados e informações necessários para mudar o jogo , porém acredito que não é apenas vontade política que está faltando , o país como um todo está abaixo da linha da pobreza , pois esta linha não é apenas econômica.
QUE LINHAS SÃO ESSAS
Quando nos deparamos com estes números , temos que concordar que tudo isto está ocorrendo ao nosso redor , com a participação e conivência daqueles que de uma forma ou outra conduzem os pensamentos , as idéias e os modismos. Daqueles que determinam através de opiniões os “novos” caminhos intelectuais , culturais e morais a serem seguidos pela sociedade como um “todo”. O ano de 2017 foi pródigo no quesito aberrações , que demonstram que realmente estamos abaixo da linha da pobreza : Política , moral , cultural , religiosa , existencial , além da econômica. Estamos abaixo da linha da pobreza política , quando não conseguimos confiar em nenhum representante do governo ( municipal , estadual ou federal ) quer seja ele do poder executivo ou legislativo. Estamos abaixo da linha da pobreza moral , quando vemos diariamente pessoas agindo de forma equivocada e indevida e questionamos a nossa própria sanidade moral. Estamos abaixo da linha da pobreza cultural , quando nos deparamos com obras e exposições que apresentam a sociedade os labirintos e meandros de mentes perturbadas e doentias . Estamos abaixo da linha da pobreza religiosa , quando nos deparamos com as mais diversas instituições religiosas e seus representantes aderindo ao sistema vigente e não realizando o verdadeiro trabalho que deveriam estar propostos. Estamos abaixo da linha da pobreza existencial , quando apesar de tomarmos conhecimento destes fatos , não fazemos absolutamente nada , nos calamos , mantemos uma posição de distanciamento , como que dizendo: ” Não me diz respeito”. Mais grave ainda é deixar ser envolvido pelo poder midiático da comunicação ( escrita , falada , televisionada , virtualizada ) , que vem apontando de forma subliminar , os ícones desta nova modernidade. Artistas que não são artistas , cantores que não são cantores , exemplos que são apontados , porém que não devem ser seguidos , pois apresentam padrões muito abaixo da linha da pobreza existencial.
CONCLUSÃO
A liberdade pelo menos por hora está garantida , pois não sabemos o dia de amanhã , visto que o discurso do politicamente correto , está cada vez mais ditatorial e arbitrário. A meu ver devemos como cidadãos , tentarmos alterar estas linhas com nossas próprias atitudes , que farão a diferença em nossa área de abrangência , no nosso entorno , na nossa realidade diária. É a gota d’água no oceano , é a gota que transborda o copo , é a gota que pode saciar a sede extrema. É o fazer cada um , a sua parte. Se você já está fazendo a sua , parabéns. Se ainda não está , pense nisto.
